Você já parou para estudar sobre alfabetização emocional?
Talvez você esteja pensando que quando pensamos em alfabetização, automaticamente nos remetemos à ler e escrever.
E sim, isso é natural. Inclusive, no dicionário Michaelis on-line, o significado de alfabetização é:
“1 Ato ou efeito de alfabetizar. 2 Pedag Processo de aquisição do código linguístico e numérico; letramento. 3 Difusão do ensino primário, restrito ao aprendizado da leitura e escrita rudimentares.”
De uns anos para cá, porém, muitos são os estudos comprovados de que há outra importante alfabetização a ser aprendida, a que envolve a saúde emocional do indivíduo.
De acordo com Daniel Goleman, psicólogo, o desenvolvimento da inteligência emocional permite que o indivíduo tenha capacidade de identificar seus próprios sentimentos e os das outras pessoas. Desse modo, ele passaria a ter ferramentas para gerir suas emoções e melhorar significativamente os relacionamentos.
A alfabetização emocional é aquela que compreende o processo de autoconhecimento e autorregulação das próprias emoções. É importante que tenha início na primeira infância, pois são grandes os benefícios, já que produz impacto positivo em toda a saúde psicológica, social e relacional da pessoa ao longo da vida.
É comum pensarmos nos saltos de aprendizados e fases de desenvolvimento da criança no que se refere ao intelectual e físico, mas é necessário também considerar e desenvolver o cuidado com a saúde emocional. Sendo assim, quando falamos em alfabetização emocional, falamos em:
- Desenvolver a capacidade de identificar, reconhecer, entender e gerenciar as próprias emoções;
- Conseguir acessar a emoção sentida e expressá-la com equilíbrio;
- Construir bases sólidas para que a pessoa desenvolva habilidades socioemocionais, como empatia e resiliência, conseguindo lidar com os desafios da vida;
- Um processo gradual e contínuo, que pode ser facilitado por meio de práticas e experiências.
As aprendizagens não cognitivas, além de beneficiarem a própria pessoa, seus efeitos positivos alcançam: relacionamento familiar, ambiente escolar e relacionamento no trabalho.
A capacidade de lidar com desafios e adversidades é uma das principais habilidades promovidas pela alfabetização emocional. Aplicada desde a primeira infância, auxilia nas resoluções de conflitos desde o dividir um brinquedo, ou entender uma regra e combinado.
Assim como, na alfabetização de leitura e escrita, a criança precisa de uma pessoa para ensiná-la, também é preciso ter uma pessoa para ensinar a emocional. Os adultos que cercam a criança desenvolvem um papel fundamental nesse aprendizado.
Os ensinamentos ocorrem por meio:
- Do exemplo e modelagem de um comportamento positivo;
- Das reações diante de acontecimentos diários, evitando reações impulsivas ou explosivas;
- De um ambiente seguro, para que a criança possa expressar o que sente e tenha, como resposta, um direcionamento do que fazer com a emoção;
- Da validação da emoção, que não é concordância, mas sim escuta ativa e auxílio;
- De uma comunicação aberta e empática;
- Da utilização de recursos materiais, tornando mensurável a aprendizagem, seja um livro, um brinquedo, jogo e assim por diante;
- Do ensino de estratégias e ferramentas para o desenvolvimento de habilidades e autorregulação;
- Do aprendizado contínuo, com reforço positivo.
A alfabetização emocional pode ser aprendida a qualquer tempo, e ela é contínua.
Precisamos desenvolver um mundo onde a saúde emocional seja tão valorizada quanto qualquer outra conquista, pois educar a mente e o coração é salvar vidas e diminuir conflitos, desigualdades, traumas e crenças limitantes. Vale muito a pena!
Juntos no trilhar da alfabetização emocional, contribuindo não somente para o bem-estar imediato, mas preparando o terreno de um futuro no qual as pessoas são capazes de enfrentar os desafios com maior resiliência e compaixão!